O termo “Red Pill” ( pílula vermelha), teve inspiração no filme Matrix, onde a Red Pill representa a escolha de enfrentar a verdade.
O que nasceu com um termo acabou se transformando num movimento, composto por homens que defendem a chamada “masculinidade dominante”. Nesse movimento masculinista, os participantes dizem difundir a “verdade” de que as mulheres são manipuladoras, aproveitadoras e controladoras.
Os Red Pills se utilizam dessa perspectiva de verdade para difundirem conceitos de masculinidade de forma rígida, dizendo por exemplo que homens não demonstram sentimentos ou afeto, o que os fazem também defender que o padrão de feminilidade com comportamento “adequado”, é aquele em que a mulher se submete às suas necessidades e controle, levando assim a acreditarem que aquelas que dizem não aos abusos, e não se submetem não são dignas de sua companhia, dando a eles a crença de “direito” de tratá-las com termos pejorativo, submetê-las a depreciação nas redes sociais, ou até agredi-las fisicamente.
Tudo isso porque em algum momento, por conta de alguma questão não foram aceitos.
Porque a necessidade de serem aceitos?
Essa necessidade é um desejo natural, todos nós buscamos ser compreendidos, reconhecidos e valorizados pelos outros, mas, quando isso ultrapassa os limites saudáveis torna-se um grande problema.
Para a Psicanálise, a necessidade de aceitação demonstra sinais de baixa autoestima, insegurança emocional e dependência afetiva. Vale lembrar, que um dos fatores que pode gerar essa necessidade de aceitação é a falta de validação na infância, então como consequência o indivíduo não compreende que a opinião alheia não o define, ou seja, uma mulher tem o direito de não o escolher sem sofrer retaliações por isso.
Observando esse movimento com um olhar Psicanalítico, eu diria que podemos pensar que a verdadeira motivação para se criar um movimento onde adeptos compartilham do mesmo pensamento em relação a outro grupo, é justamente para conseguir a validação tão buscada a todo custo, uma forma de sentir-se seguro emocionalmente.
Além disso, de certa forma “justificar” atos depreciativos e agressivos!